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Aviões parados pela pandemia, pilotos buscam bicos para sobreviver

De fato, alguns estão trabalhando em supermercados, outros em empresas de telefonia, muitos aprendendo a dirigir caminhões ou com funções em serviços financeiros.

Pilotar aviões de US$ 450 milhões já foi um emprego dos sonhos, e não havia falta de oportunidades. No ano passado, a Boeing havia estimado que companhias aéreas precisariam contratar 800 mil pilotos nos próximos 20 anos para sustentar a expansão das viagens liderada pela Ásia; algumas aéreas na China pagavam salários superiores a US$ 300 mil por ano, além de benefícios, para atrair veteranos do setor. Então, o coronavírus começou a se propagar e as viagens ao exterior foram suspensas, aterrando 51% da frota global de aviões. Enquanto esperam para ver se algum dia voltarão às cabines, pilotos recorrem a uma combinação de trabalhos esquisitos e carreiras alternativas.

Não estão sozinhos – cerca de 1 bilhão de trabalhadores de vários setores no mundo inteiro correm risco de perder o emprego ou de redução de salários como resultado de quarentenas, fechamento de fronteiras e paralisia econômica. Porém, poucas profissões passaram de uma teimosa e severa falta de mão de obra para um grande excedente em questão de semanas, o que pode dar pistas sobre como uma força de trabalho especializada está se adaptando à crise. “Faremos tudo o que pudermos para solucionar problemas e gerenciar riscos para proteger nossas famílias”, disse Chris Riggins, piloto da Delta Air Lines e porta-voz da Air Line Pilots Association. “Se isso significa trabalhar em um supermercado, os pilotos vão trabalhar.” De fato, alguns estão trabalhando em supermercados, outros em empresas de telefonia, muitos aprendendo a dirigir caminhões ou com funções em serviços financeiros. Muitos descobrem que as atividades paralelas que desenvolveram ao longo dos anos agora são a principal fonte de renda. Há dois anos, Richard Garner, piloto da Qantas Airways, com sede em Brisbane, na Austrália, montou uma empresa para fornecer consultoria financeira e conseguir empréstimos para profissionais de companhias aéreas.

Nunca com a intenção de ser uma carreira – ele pilotou o primeiro avião aos 14 anos e nunca quis fazer outra coisa. Até março, pilotava o Airbus A330 em rotas populares de longo curso entre a Austrália e a Ásia. Mas a Qantas dispensou temporariamente dois terços dos 30 mil funcionários, incluindo Garner, de 43 anos. Agora, diz Garner, sua empresa, a Crew Financial, “se transformou no bico número 1. Não é a história que eu realmente queria ter, mas, quando o mundo lhe der limões, faça uma limonada”.

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